3 Editores convidados: Márcio Kogan com fotografias de Fernando Guerra
A edição de outubro de 2024 da Wallpaper* conta com três editores convidados e três capas, e tive a honra de fotografar uma!
Fazer uma capa é sempre especial, mesmo depois de 25 anos de fotografia, mas fazer uma para a Wallpaper* com Márcio Kogan é ainda mais. E também posso dizer, bastante raro. Nos últimos 25 anos fiz centenas de capas, mas esta é apenas a segunda para a Wallpaper*.
Esta capa reflete a forma como o visor da câmara de Jean-Luc Godard no seu filme Le Mépris, de 1963 partilha as mesmas proporções da fachada da Casa Paraty de Kogan, no Brasil, que fotografei no final do ano passado. Foi uma das maiores aventuras em que embarquei, literalmente, pois só se chega à casa de barco. Mas isso é uma história para outra altura.
Na sua secção de editor convidado, Márcio fala de um momento de mudança de vida que levou à sua famosa abordagem cinematográfica, explorando a forma como os seus ídolos do cinema influenciaram o arquiteto em que se viria a tornar.
O interior da revista é quase um álbum pessoal que mostra a arquitetura do Studio MK27, que tenho tido o privilégio de fotografar e documentar há mais de dez anos. Quando estive em São Paulo, há dois meses, pude testemunhar todo o processo de seleção das imagens e a relação entre o filme e as obras do estúdio.
É mais do que um belo número, é um objeto de estudo para o futuro. Muito semelhante à Casa de Paraty, construída em 2009, que só recentemente tive a oportunidade de fotografar.
Mas esta edição da revista ainda trouxe uma longa matéria sobre o CAM. A nova extensão do museu de arte moderna da Gulbenkian em Lisboa.
O extenso Arquivo de Fernando Guerra doado a Serralves inclui mais de 2.500 reportagens e 500.000 imagens, a maioria do trabalho realizado ao longo dos últimos 25 anos de atividade da FG+SG fotografia de Arquitectura.
Para além da importância da preservação do acervo e do que este protocolo significa em termos de reconhecimento do conjunto da obra do fotógrafo por parte da instituição, o objetivo desta doação foi também o de vir a permitir e proporcionar o estudo e divulgação do seu conteúdo, através de conferências, conversas, publicações e exposições, apresentadas tanto em Serralves como noutras instituições nacionais e internacionais, garantindo assim o seu acesso a um público mais alargado.
De realçar que o arquivo Fernando Guerra depositado em Serralves continuará a ser enriquecido anualmente com as fotografias das futuras reportagens.
“Sobre ontem e a doação do meu arquivo à Fundação Serralves.
Hoje, com um despertar lento, como se tivesse passado por um momento de transformação na minha vida, tenho poucas palavras para descrever o que sinto, além de uma grande necessidade de expressar a minha profunda gratidão à @fundacao_serralves.
Espero que as imagens que entreguei sejam úteis para as futuras gerações. Estou grato aos clientes que estiveram ao meu lado desde o início, bem como aos clientes para os quais comecei a fotografar há pouco tempo. É gratificante ver que as suas obras, sem que o tivéssemos previsto, se tornarão parte deste enorme arquivo dedicado à arquitetura, e que serão preservadas e disponibilizadas a estudantes, jornalistas, entusiastas ou a qualquer outra pessoa que precise de estudar um período específico no futuro, de forma gratuita.
Saber que, daqui a 50 anos, alguém poderá ter acesso a um trabalho que completei esta semana dá significado ao que fiz e ao que continuarei a fazer todos os dias nos próximos anos. Sim, porque parar não está nos meus planos, mas melhorar a minha fotografia certamente está.
E o futuro está bem pensado: as fotografias que já integram o arquivo serão complementadas com novos trabalhos ao longo dos próximos anos, fazendo deste um arquivo vivo e em constante crescimento.
Expresso aqui a minha profunda gratidão à Fundação de Serralves não só pelo convite, mas também por ver o meu trabalho, o meu arquivo, lado a lado com o arquivo do grande Álvaro Siza, numa ligação próxima que, se já existia, agora permanecerá para sempre.
Há poucas palavras para expressar o que isto significa para mim, no entanto, uma grande sensação de felicidade está, sem dúvida, no centro de tudo.
Existem, de facto, coisas na vida que não podem ser planeadas, e isso é positivo. Acredito que é um dos prazeres que tiramos de tudo isto: as boas surpresas. Agradeço à Fundação de Serralves por esta oportunidade, por todo o cuidado ao longo do processo e, finalmente, por ser um dos lugares onde fui mais feliz a fotografar.
Em Outubro de 2024, Fernando Guerra recebeu o prémio PIDA (Premio Internazionale Ischia di Architettura).
Este prestigioso reconhecimento destaca a sua significativa contribuição na área da fotografia de arquitetura e o seu papel na promoção e disseminação da arquitetura à escala global.
Comunicado de imprensa:
Temos a honra de anunciar que o prémio PIDA Fotografia irá ser atribuído ao português Fernando Guerra, um dos mais famosos fotógrafos de arquitetura do mundo, por captar as transformações urbanas com as suas fotografias, que denotam a compreensão da intensidade dos processos e mudanças em curso. Uma seleção das suas fotografias estará exposta no Mosteiro de São Francisco, na antiga Câmara Municipal de Forio, de 3 a 20 de outubro, com horário de visita das 17h00 às 21h00.
“Sinto-me honrado por receber o prémio PIDA de fotografia pelo conjunto da minha obra nesta ilha no sul de Itália, Ischia.
Senti sempre uma ligação única com este país, quer trabalhando em projetos fotográficos, quer simplesmente desfrutando dos lugares que tive o privilégio de explorar.
Ser reconhecido aqui, onde me sinto em casa, tem um significado especial.
Esta semana a ilha de Ischia acolhe o Prémio Internacional de Arquitetura, centrando-se em workshops e discussões sobre a forma como as nossas cidades se estão a adaptar a desafios como o das alterações climáticas e o do turismo de massas.”
From their best advice to reflections on their craft, read some of the best quotes from famous Canon-shooting photographers working in different genres.
“Architectural photography is a job of patience; of rigour, too, because I have a well-defined mission to achieve. My job is to help communicate an idea, usually the project of a person who designed it,” reflects Fernando. “To endure hours on planes, days in hotels, or to wait a day or two in a house or building for the right light, it’s essential to have patience. And yes, I know that, still, it seems much more glamorous than it is. But it’s important to never forget that to have patience, you must have an unconditional love for the pursuit of the image.”
The oldest European country, Portugal is one of the most attractive European tourist destinations thanks to its carefully preserved cultural and historical heritage, architecture (10 Portuguese landmarks are on the UNESCO World Heritage List), beautiful coast, excellent food and friendly people. Portuguese is the official language in nine countries, and is spoken by more than 230 million people. One of the oldest European universities is the Portuguese University of Coimbra, founded way back in 1290 and it has been declared a UNESCO World Heritage Site.
One of the biggest promoters of Portugal’s stunning sights is certainly the architectural photographer and Canon Europe ambassador Fernando Guerra, whose photos are regularly published in prestigious international publications, and six of his photos are part of the permanent collection of the Museum of Modern Art in New York.
16.12.2022 – 31.01.2023
Curated by Emanuel Barbosa
LA FONDATION DES ARCHITECTES DE L’URGENCE
Photo of Fernando Guerra @ Auction
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BENEFIT AUCTION FOR THE FOUNDATION OF EMERGENCY ARCHITECTS
Drawings, furniture of architects and architecture photographies
23.03.2023
148 Rue du Faubourg Saint-Martin
75010 Paris
Over 100 architects, designers, draughtsmen and architectural photographers rally in favor of the Emergency Architects
This is an unprecedented movement of solidarity and generosity where architects, draughtsman, designers and architectural and urban photographers come together from around 15 nations.
Fernando´s photo: Student residence I Vortex building at Chavannes-près-Renens by the swiss architects @durig_ag + @ittenbrechbuehl
IDECAF – Institut d’Echanges Culturels avec la France, 31 Thái Văn Lung, Bến Nghé, Quận 1, Thành phố Ho Chi Minh
VIETNAM
No âmbito das relações de cooperação e do processo de colaboração entre as cidades do Porto e de Ho Chi Minh, foi organizada e recentemente inaugurada na cidade vietnamita a exposição de fotografia “Arquitetura portuguesa por Fernando Guerra”.
A mostra conta com o apoio da Câmara do Porto – que esteve representada pelo vereador das Finanças, Atividades Económicas e Fiscalização e da Economia, Emprego e Empreendedorismo, Ricardo Valente – bem como da autarquia de Ho Chi Minh, e da Embaixada do Vietname.
Patente no Instituto Cultural Francês (Idecaf), em Ho Chi Minh, a exposição tem curadoria de Emanuel Barbosa e é promovida pela ACPT – Associação Cultural Portuguesa e a Thuan Viet. Fernando Guerra é um pioneiro na forma de fotografar e comunicar a arquitetura, e seis das suas fotografias fazem parte do acervo permanente do MoMA (Museu de Arte Moderna de Nova Iorque).
A exposição foi apoiada pela Câmara do Porto, que vê esta iniciativa como uma medida de aproximação entre as cidades do Porto e Ho Chi Minh – que conhecerá um momento alto no próximo mês de fevereiro – pela Câmara de Ho Chi Minh, nomeadamente através do seu departamento de Relações Exteriores, e pelo embaixador do Vietname em Portugal, Dinh Toan Thang, que recentemente esteve no Porto.
Esta é a primeira iniciativa integrada no âmbito do “The Portuguese Project” e “The Vietnam Project: Created In Vietnam”, iniciativas que estas duas organizações pretendem promover entre os dois países, e entre as cidades do Porto e Ho Chi Minh, nas áreas da cultura, economia, educação (com as universidades das duas cidades) e turismo.
É também um objetivo a promoção das relações desportivas, em cooperação com o FC Porto, não só no futebol como também no bilhar, modalidade em que o Vietname e o FC Porto estão entre os melhores do mundo.
As relações históricas entre Portugal e o Vietname têm mais de 500 anos (assinalou-se em 2015 o 500.º aniversário).
Em 1617, Francisco de Pina, um padre jesuíta chegou a Hoi An e foi o primeiro europeu a falar vietnamita fluentemente. Pina foi pioneiro no método de gravação vietnamita com caracteres latinos, que formaram a base do alfabeto vietnamita moderno. Foi o seu famoso discípulo Alexandre Rhodes quem publicou, em 1651, o primeiro dicionário trilíngue entre vietnamita, português e latim.
Sou um amante de fotografia e tenho um gosto muito especial por imagens que nos desvendam as formas e os volumes, os cambiantes e as texturas, as sombras e os vislumbres de uma obra arquitetónica.
Creio que, as mais das vezes, só conhecemos verdadeiramente os edifícios através da fotografia de arquitetura. O olhar do fotógrafo revela-nos os pequenos segredos, os ínfimos detalhes, a subtil filigrana de um grande projeto arquitetónico ou até de edifícios com os quais temos uma relação diária.
A fotografia de arquitetura tem também a enorme virtude de nos dar pistas sobre a relação do arquiteto com a sua obra, condição essencial para o cabal entendimento da mesma. O trabalho autoral do arquiteto é desvelado pela fotografia, permitindo-nos compreender melhor a importância estética, urbanística, social e económica dos grandes mestres da arquitetura e do conjunto da sua obra.
Tudo isto encontramos no trabalho fotográfico de Fernando Guerra, que se especializou, justamente, nessa difícil e generosa arte de captar a essência dos grandes projetos arquitetónicos ou dos simples edifícios de rua ou moradias familiares. O que fascina na produção fotográfica de Fernando Guerra é a sua capacidade de desnudar prédios e casas, mostrando-nos não apenas o esplendor arquitetónico mas também o que está do avesso, as costuras, o recôndito.
Por tudo isto, é com muito gosto e interesse que o Município do Porto se associa à exposição organizada pela Associação Cultural Portuguesa do Instituto Cultural Francês de Ho Chi Minh, na qual o sortilégio da produção fotográfica de Fernando Guerra está bem patente. A exposição é reveladora da vasta experiência deste fotógrafo, do seu apurado sentido estético e do olhar arguto, perscrutador, curioso e apaixonado com que aborda a arquitetura portuguesa.
Fernando Guerra está, pois, de parabéns por esta exposição que prestigia a arquitetura e a arte fotográfica portuguesas, para além de engrandecer a obra deste notável fotógrafo.
Estou certo também de que, pela sua qualidade e pertinência cultural, esta exposição de Fernando Guerra é uma excelente plataforma de aproximação e diálogo entre o Município do Porto e a cidade de Ho Chi Minh.
Rui Moreira
Presidente da Câmara Municipal do Porto
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Últimas Collins dictionary 1. last 2. latest, most recent; Latest is the superlative of late. adj You use latest to describe something that is the most recent thing of its kind. 3 adj You can use latest to describe something that is very new and modern and is better than older things of a similar kind.