FG+SG fotografia de arquitectura | architectural photography

NIT “New in Town” / Fernando Guerra

 


O fotógrafo de Siza

Trabalhava em Macau quando Siza desenvolvia inúmeros projetos por lá. Fernando foi, aliás, nos seus tempos de arquiteto, uma engrenagem na obra do mestre.

“Trabalhei sob o programa urbanístico que ele fez. Lembro-me que lhe chamava imensos nomes porque ele obrigava-me a não fazer palas com mais de 30 centímetros. E eu era novo, queria fazer palas enormes”, conta. “De repente, passado uns anos, estou com ele em Macau, a viajar ao seu lado, a dizer-lhe todas as coisas pelas quais passei. Nunca me passou pela cabeça que pudesse acontecer.”

Siza era um dos clientes dos tais “dois velhos fotógrafos de arquitetura” dos anos 90. Foi aí que começou a relação com Fernando Guerra. Começou com pequenos trabalhos, que se foram sucedendo e aumentando de frequência. Quando deu por si, era o fotógrafo que estava de chamada para um dos maiores vultos da arquitetura.

“Sempre que me perguntam qual o arquiteto mais especial com quem trabalhei, respondo sempre o Siza. Se eu der outra resposta, o mais provável é que alguém fique chateado. Assim, se disser o Siza, toda a gente bate palmas. É unânime (risos)”, conta. “Falo sempre nele porque é dos trabalhos mais especiais que fiz na minha vida. Para os arquitetos, estar com o Siza é como para os beatos estar com os pastorinhos.”

Admite que teve a “sorte” de poder acompanhar e viver do lado mais pessoal de Siza, com quem já trabalha desde 2005. “Fui com ele sobretudo para o oriente, Coreia, Japão, Taiwan. Fui com ele a Londres, quando ele recebeu a medalha dada pela Rainha de Inglaterra.”

Apesar de não trocar a arquitetura pura e dura pela fotografia, é um admirador confesso da paixão. “Noutras carreiras, alguém com 30 e muitos pode estar já no topo. Com essa idade, um arquiteto está apenas a começar. O Siza, já quase com 90 anos, continua a trabalhar. E no dia antes de ele se ir, tenho a certeza que ainda estará a desenhar.”

No Instagram de Traveling With Siza, Fernando Guerra guarda um diário privado das suas viagens com o famoso arquiteto. Mas há muito mais nos seus arquivos, à espera do momento certo para verem a luz do dia. “Quando dei por mim, tinha um portefólio grande dele que é suposto um dia ser um livro. Mas eu não gosto de livros porque são coisas acabadas e a minha história com ele ainda não terminou.”

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