FG+SG fotografia de arquitectura | architectural photography

DIÁRIO DE NOTÍCIAS

“Fotógrafo português vence Prémio Architizer”

“Retratou a sede do Parque Natural da Ilha do Fogo, Cabo Verde, que já não existe. Ontem venceu o Architiker A+. Arquiteto, quando começou a fotografar perguntaram-lhe se “também fazia casamentos ao fim de semana”.

Quando Fernando Guerra começou a fazer fotografia de arquitetura com o seu irmão Sérgio, em 1999, as pessoas estranharam. “Nós éramos arquitetos, por que é que estávamos a fazer fotografia? Perguntavam se também fazia casamentos ao fim de semana… De repente, passados 16 anos, o mundo mudou, toda a gente tem uma máquina fotográfica no bolso, e de repente tornou-se fashion ser fotógrafo, que não era, a não ser que fossemos o [Mario] Testino, a fotografar moda…”

Quando ontem falámos com ele, Fernando acabara de ganhar o Prémio do Público, categoria de Fotografia, da plataforma americana Architizer A+. Estava em Genebra, na Suíça, e esperava a luz certa para fotografar a estação de comboios, para apanhar o fluxo de pessoas que passavam, e esperava que saíssem de cena uns camiões. Ali ficaria até ao final do dia, o mesmo em que se soube que ele vencera o prémio com a série de fotografias em que captou a sede do Parque Natural da Ilha do Fogo, em Cabo Verde.

O edifício, projetado pelo ateliê de arquitetos OTO, formado por André Castro Santos, Nuno Teixeira Martins e Pedro Teixeira, deveria ter sido a história feliz que, a princípio, foi. Inaugurou em março de 2014 “com dias de festas incríveis”. “As senhoras que se veem nas fotografias estavam à espera do primeiro-ministro [José Maria Neves] para o receber a cantar.” Ele esteve lá três dias. “E passado uns meses acabou. Aquela zona toda estava a começar a ter algumas coisas. De repente foi tudo embora.”

Aquele que foi considerado um dos edifícios de 2015 pela plataforma Archdaily durou sete meses. Em dezembro, a erupção vulcânica que ocorreu na ilha destruiu-o ali, naquela cratera a 1800 metros de altitude em que se reúne uma população de cerca de 1200 pessoas, em Chã das Caldeiras. “Parecia que uma picareta tinha desfeito o edifício, como um tremor de terra”, recorda o fotógrafo que no ano passado venceu o prémio Arcaid Images, com fotografias de diferentes projetos, entre eles o edifício na Ilha do Fogo. Ele e Sérgio – a dupla FG+SG – trabalham hoje com arquitetos como Siza Vieira, Gonçalo Byrne, João Luís Carrilho da Graça, o brasileiro Arthur Casas ou, até há pouco, a iraquiana Zaha Hadid, que morreu em março.”

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